- Pallab Ghosh
- Correspondente de Ciência, La Palma
Para que possa ter uma visão clara do céu, o telescópio está localizado no pico de uma montanha, que abriga uma dúzia de instrumentos de todas as formas e tamanhos, cada um estudando um fenômeno diferente.
Quando suas cúpulas gêmeas se abrem, revelam duas baterias pretas de oito telescópios cilíndricos aparafusados juntos — estruturas que mais parecem lançadores de foguetes ameaçadores. Cada bateria cobre o pedaço do céu acima dela girando rapidamente vertical e horizontalmente.
Uma estrela de nêutrons é um sol morto que colapsou sob seu imenso peso, esmagando os átomos que antes a faziam brilhar. Elas possuem uma gravidade tão forte que são atraídas uma pela outra. Mais cedo ou mais tarde, colidem e se fundem.
Quando isso acontece, elas criam um clarão de luz, e uma poderosa onda de choque se propaga pelo Universo. Ela faz oscilar tudo no Universo, inclusive, imperceptivelmente, os átomos dentro de cada um de nós.
A onda de choque, chamada de onda gravitacional, distorce o espaço. E quando é detectada na Terra, o novo telescópio entra em ação para encontrar a localização exata do clarão.
O objetivo dos operadores é localizá-la dentro de horas, ou até mesmo minutos a partir da detecção da onda gravitacional.
Eles tiram fotos do céu e depois removem digitalmente as estrelas, planetas e galáxias que estavam lá na noite anterior.
Qualquer ponto de luz que não estava lá antes pode ser a colisão de estrelas de nêutrons.
Isso normalmente leva dias e semanas, mas agora deve ser feito em tempo real. É uma grande tarefa, realizada por meio de um software de computador.
"Você poderia pensar que essas explosões são muito energéticas, bastante luminosas, deve ser fácil", diz o professor de astrofísica Joe Lyman.
"Mas temos que procurar em cem milhões de estrelas o único objeto em que estamos interessados."